Professores de geografia:
O conhecimento das teorias e sua prática educativa nas escolas de Porto Velho
Simone Marques
Graduação de Geografia – UNIR
RESUMO A teoria que sustenta a prática docente tem sido alvo de muitos estudos. A grande maioria das pesquisas procura investigar o referencial teórico subjacente ao trabalho do professor. No entanto, este trabalho demonstra o conhecimento das teorias a real fundamentação dos profissionais de Geografia na prática educativa. Para isso foram entrevistados professores da rede de educação no ensino médio e fundamental, com o intuito de descobrir não só o referencial que dizem utilizar, mas a real aplicação prática da teoria que conhecem. Investigando, como os docentes realizam o processo de educação, aplicando os conhecimentos das teorias. As respostas foram tabuladas e analisadas através de Análise de Conteúdo. Os resultados obtidos indicam que os professores se valem de técnicas para sustentar sua atuação, que quando investigada mais a fundo, demonstra basear-se no senso comum.
Palavras-chave: psicologia da educação, teorias, formação de educadores
INTRODUÇÃONota-se que a formação de professores tem sido um dos temas de maior discussão na área da educação, constituindo-se numa linha de pesquisa recorrente em diversos programas de pós-graduação. Inúmeros estudos têm surgido com o intuito de investigar a relação entre a prática pedagógica e a teoria que sustenta o trabalho docente (Becker, 1993) surgindo algo que preocupa constantemente os profissionais da educação: a possível ocorrência de uma prática separada da teoria.
No entanto, apesar dessas constatações, a Psicologia da Educação para as licenciaturas é uma disciplina, muitas vezes, pouco valorizada pelos alunos. Enquanto que na psicologia devido à complexidade do comportamento humano os conhecimentos são relativos e complexos. Aqueles das áreas exatas estão acostumados a aulas com muitas fórmulas, exercícios e resultados precisos, os alunos da educação física também realizam o curso, sedentos pelas aulas práticas e freqüentemente pouco envolvidos nas teóricas. Já os alunos das disciplinas ligadas às humanas estão mais acostumados às leituras e à forma de trabalhar da disciplina.
Nessa busca por uma identidade, por uma teoria que defenda o professor, acaba-se por fazer uma análise superficial dos pressupostos teóricos. Percebe-se que, freqüentemente, a escolha recai sobre uma teoria que, através de diversas deformações feitas pela incompreensão inconsciente do professor, acaba por justificar a sua prática intuitiva. A experimentação na prática ajudará na formação de um futuro docente proporcionando ao mesmo uma competência no trabalho com os alunos.
Particularmente, a este trabalho, o interesse maior é especificamente sobre as contribuições que a Psicologia da Educação, como disciplina recorrente na ampla maioria das licenciaturas, pode proporcionar para superar essa dicotomia entre a prática e a teoria. Assim, o conhecimento das teorias, que normalmente são abordadas na disciplina, torna-se um pré-requisito essencial para que o processo de ensino dos professores esteja condizente com a teoria de aprendizagem que dizem conhecer. Através dos estudos vimos como a Psicologia pode estar a serviço da Educação, e de que maneira cada concepção de infância e criança dirige nosso olhar quando construímos estratégias para a prática educativa. Neste trabalho, vamos estudar os fatores que intervêm no desenvolvimento humano, e suas relações com o fenômeno educativo.
CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM
Em nosso cotidiano, estamos habituados a pensar que as crianças se desenvolvem por dois motivos: ou já nascem com um "destino traçado", e não temos muita influência sobre seu desenvolvimento, ou, então, pensamos que os sujeitos vêm ao mundo como uma "folha em branco" e, assim, podemos ensinar-lhes nossos valores e tudo aquilo que aprendemos em nossa vida.
Aqueles que pensam que já trazemos "algo" ao nascer acabam achando que podemos fazer muito pouco pelo desenvolvimento das crianças. Frases como "Filho de peixe, peixinho é" ou "Pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto" nos mostram uma atitude de passividade diante do sucesso ou fracasso das pessoas. Na escola, essas concepções podem ter conseqüências danosas. Ou bem se aplaude o sucesso de alunos "peixinhos", ou bem se cruzam os braços para aqueles que fracassam. Por outro lado, uma atitude oposta aparece nas ações daqueles que acreditam que as crianças vêm ao mundo como uma "folha em branco". As relações entre pais e filhos, professores e alunos se revestem de um poder, muitas vezes, desmesurado. Dentro desta perspectiva, as crianças têm poucas oportunidades de se expressar e pensar livremente.
Essas ideias misturam-se a outras que seriam mais ou menos traduzidas nas questões: De que maneira uma criança se desenvolve? Que capacidade de aprender teria uma criança bem pequena? Como saber a que conhecimentos uma criança pode ter acesso? A aprendizagem está relacionada com o desenvolvimento? Em que medida?
Nossa experiência prática nos permite educar e ensinar até um determinado ponto. Ensinamos as crianças a serem mais independentes nas tarefas rotineiras, tanto em casa quanto na escola. Entretanto, quando se trata de uma ação intencional, exercida por profissionais dentro da escola, há necessidade de maior clareza sobre os processos que envolvem os atos de ensinar e aprender. E é disso que trata a “Psicologia da Educação”.
Há diferentes fatores que envolvem as relações entre o desenvolvimento pessoal e a participação em práticas e atividades educativas. A partir das duas abordagens teóricas de grande importância no estudo do desenvolvimento humano: o ponto de vista da epistemologia genética de Jean Piaget e a teoria sociocultural de Lev Vygotsky é que realizamos nossa pesquisa.Para realizar a pesquisa utilizamos a aplicação de questionários qualitativos em 04 escolas de ensino médio e fundamental, pois os professores de Geografia são escassos, encontrando-se em média dois profissionais para cada escola. Não há demanda suficiente e é comum um profissional formado em outra área lecionar essa disciplina. Foram aplicados 06 questionários, dos quais foram obtidos resultados e discussões acerca do tema proposto. O estudo teve como objetivo geral verificar a coerência entre a fala e a utilização de referenciais teóricos da psicologia na prática docente. De forma específica, buscou descrever o perfil dos adolescentes vistos sobre o olhar do professor, identificar os referenciais teóricos mencionados e relacionar o conteúdo das falas dos professores com a sua menção da utilização ou não de referencias teóricos da psicologia e para sustentar a prática pedagógica.
TEORIAS X PROFESSORES
Jean Piaget estudava o desenvolvimento mental e baseou-se em observações cuidadosas e detalhadas de crianças em situações naturais como o lar e a escola. A teoria construtivista de Piaget, chamada de Epistemologia Genética ou Teoria psicogenética, é a mais conhecida concepção construtivista da formação da inteligência. Suas ideias estão presentes em diversos colégios do mundo todo. Suas teorias buscam implantar nos espaços de aprendizagem uma metodologia inovadora que leva a formar cidadãos criativos e críticos. De acordo com suas teorias, o professor é um mediador que orienta os educandos rumo ao caminho da aprendizagem autônoma.
Quando questionados sobre Piaget e a teoria do desenvolvimento, 50% dos educadores sabiam com certeza que a teoria psicogenética explica como a criança constrói seu pensamento. Os estágios de desenvolvimento que a criança passa na sua formação são quatro segundo Piaget; o sensório motor até os dois anos de idade; o pré-operacional de dois a sete anos; as operações concretas, de sete a doze anos e das operações formais, após os doze anos de idade. Apenas 02 professores sabiam exatamente qual era o estágio das operações formais, e que é importante se preocupar com essa fase, pois está na adolescência. Após os doze anos, as operações lógicas serão realizadas ente as ideias, expressas numa linguagem qualquer (palavras ou símbolos), sem necessidade da percepção e da manipulação da realidade. O adolescente pode imaginar possibilidades. Ele raciocina cientificamente, formulando hipóteses e comprovando-as, na realidade ou em pensamento.
Segundo os professores entrevistados as principais características dos adolescentes de hoje, é que são despreocupados com os deveres escolares, num descaso com as atividades das disciplinas em sua maioria indisciplinados com manifestações de atitude hostil para com a escola, vão contra as exigências e normas rígidas mostrando-se rebeldes, agitados e muitas vezes agressivos. Alguns são dispersos, porém criativos e individualistas. São mal educados em sua maioria. Com essas afirmações nota-se que o adolescente de hoje, é um narcisista e que lançado ao mundo em tempo e lugar de muitas possibilidades, mesmo pleno de energia e força de vida, ele é apaixonado por si mesmo, mas sem os referenciais humanos confiáveis e sem a sustentação suficiente da sociedade tornando-se assim um indivíduo incapaz de pensar e transpor os obstáculos por ele vividos.
As possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem das pessoas com deficiência são asseguradas nos pressupostos teóricos de Piaget, pois segundo ele a criança aprende por meio de estímulos. Para a maioria dos professores entrevistados mesmo aprendendo a lidar com o ser humano na prática, sem conhecer a teoria acham que com um tempo maior e dedicação, algumas metodologias voltadas para a aprendizagem de crianças com deficiências mostra que é possível sim elas se desenvolverem.
Segundo Vygotsky a criança aprende para se desenvolver e apenas 02 professores afirmaram conhecer a teoria. Quando aprendemos a linguagem específica de nosso meio sociocultural, transformamos radicalmente os rumos de nosso próprio desenvolvimento. A visão de Vygotsky dá importância à dimensão social, interpessoal, na construção do sujeito psicológico. a aprendizagem resulta do desenvolvimento e este não ocorre sem aprendizagem, há uma potencialidade no homem que, a partir da relação com o meio, é colocada em ação. O indivíduo é um ser capaz de pensar sobre seu próprio pensamento (Funções Psicológicas Superiores).
Demonstraram pouco conhecimento sobre a Zona Proximal de Desenvolvimento “ZPD é a distância entre o nível de desenvolvimento real que se costuma determinar através da solução independente de problemas e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes”, somente 01 professor definiu-a corretamente.
Em sua maioria os educadores souberam conceituar o que é Insight, que é a percepção súbita de algum assunto. È como olhar o “velho” e descobrir o “novo”. Aquele estalo que dá quando se percebe a relação entre elementos antes observados ou estudados e sua resolução ainda não assimilada, mas que de repente passa a ser compreensível.
NA PRÁTICA
No caminho para se tornar adulto temos as fases da teimosia da criança pequena, logo adiante e representando um grande impulso temos a puberdade e suas modificações físicas, das mudanças que ocorrem e da superação psicológica do amadurecimento corporal e sexual, isto é a adolescência e ela representa a acomodação da personalidade infantil à puberdade.
Segundo Klosinski (2006), a puberdade tem o significado do verdadeiro início da experiência consciente da individuação. Nos processos de amadurecimento específico da idade, o adolescente se vê em confronto com posições extremas: dependência e independência, poder e fraqueza (potência e impotência), passividade e agressividade, amor próprio e amor ao próximo, identidade e difusão de identidade, racionalidade e irracionalidade, irreligiosidade e religiosidade. Com tantos conflitos na adolescência, as necessidades básicas gerais nessa fase devem ser observadas e supridas para que esses confrontos não sejam traumáticos. As necessidades fisiológicas, independência, segurança, pertença (amor), rendimento, auto-realização e auto-desenvolvimento são necessários para que um jovem cresça saudável. É nessa fase que surgem as crises de identidade que é na verdade um reflexo da sociedade e a expressão de uma interação entre o eu e o contexto social. Os grupos de coetanos, pode ser visto nesta fase da adolescência como um terreno que favorece o desenvolvimento e que passa a ser necessário para que o jovem possa se libertar das relações com as primeiras pessoas de referência, isto é o pai e a mãe.
Na sala de aula os professores se vêem de frente com esses adolescentes e muitas vezes não sabem o que fazer para ajudar no seu desenvolvimento. Se ao entrar na sala de aula e encontrarem dois alunos brigando, as atitudes por parte dos professores entrevistados seriam estas; 01 professor que trabalha no ensino fundamental (5º ao 9º ano) tentaria evitar a continuação da briga lhes chamando a atenção, caso não resolvesse, recorreria ao inspetor de pátio, jamais tentaria separar corporalmente, pois segundo ele não seria conveniente, já que muitos alunos são envolvidos com coisas ilícitas. Nesse caso nota-se o avanço da marginalidade nas escolas e a intimidação ao professor pelos alunos. Outros 05 educadores disseram que tentariam separar a briga, conversariam com os alunos e os encaminhariam ao Serviço de Orientação Educacional.
Outra situação proposta foi a de que um aluno de sua sala de aula demonstra dificuldades de concentração e apresenta baixo rendimento na aprendizagem. O que fariam para reverter este quadro? Dos professores entrevistados, 05 disseram que primeiramente iriam estabelecer um diálogo com este aluno para descobrir o motivo da sua falta de concentração, tentando assim identificar as dificuldades do mesmo. Em seguida tentariam fazer uma integração do aluno com o restante da turma e valorização dos trabalhos realizados. Caso não resolvesse o encaminharia à orientação pedagógica ou ao psicólogo. 01 professora disse que mudaria o método de ensino e caso não resolvesse o encaminharia ao SOE para acompanhamento.
E no caso de um aluno que sempre foi calmo, fazedor dos deveres e de uma hora para outra começa a bagunçar e mostra-se indisciplinado, como agem enquanto educadores? Afirmaram que isso acontece com bastante freqüência e na maioria das vezes envolve problemas de fatores emocionais e familiares. No papel de educadores afirmaram que com diálogo buscariam junto ao aluno entender o motivo dessa mudança, identificando suas causas e tentando reverter a situação da melhor maneira possível, caso não consigam por este meio, utilizariam o apoio do orientador e/ou psicólogo da instituição buscando ajuda na orientação educacional. Mas uma professora disse não ter ideia do que fazer, pois tem uma aluna assim e não obteve ajuda.
Dentre os problemas mais comuns apresentados pelos adolescentes há os que influenciam no desempenho escolar, os mais visíveis observados pelos professores são a indisciplina e a violência entre eles, falta interesse, responsabilidade e acompanhamento dos pais, os problemas familiares e sócio-econômicos são os que mais influenciam nas atitudes comportamentais. Falta de compromisso, descaso para com o professor e até mesmo com os colegas. Há uma desmotivação advinda do método de ensino ainda muito tradicional. A escola tem lidado com esses problemas tentando saná-los com apoio da equipe que compõe o quadro escolar, envolvendo os professores, inspetores, orientadores e psicólogos em reuniões com os pais e realizando palestras sobre os temas abordados.
A APRENDIZAGEM
Há os fatores que de alguma forma interferem na aprendizagem de um aluno. Os fatores emocionais irão conduzir o sujeito na aprendizagem. Inteligente mesmo é aquele ser humano que sabe lidar com as emoções. O interesse ou desinteresse está relacionado também aos estímulos que o ambiente oferece no processo de aprendizagem, outro fator importante é a concentração, (é também um fator biológico), mas que pode ser acentuada pela questão do ambiente. O fator biológico tem influência importante na aprendizagem, cada criança tem um tempo diferente, alguns possuem alguma limitação. E há a questão da motivação que pode vir da própria pessoa ou pode ser trazida pelo ambiente. O fator pedagógico é determinante na aprendizagem, os métodos utilizados devem atender a todos, pois existe uma individualidade a ser respeitada. Cada um possui seu tempo e sua capacidade de desenvolvimento. No processo de aprendizagem a relação professor x aluno é determinante para que uma boa educação aconteça. É preciso considerar os elementos e agregar valores onde o indivíduo está inserido, pois as relações ocorridas num espaço sua historicidade e sua dinâmica cultural é o resultado do desenvolvimento.
Antes de emitir qualquer juízo de valor, ou seja, antes de fazer julgamentos a cerca das ações que causam impactos no contexto escolar, será que, os professores conseguem se colocar no lugar dos alunos? Respondendo a essa questão 50% dos professores afirmaram que com certeza conseguem se colocar no lugar de um adolescente, pois já passaram por essa fase de diversas transformações no corpo e na mente (psicológicas). E que nem sempre os pais estão preparados para lidar com isso. Um julgamento incorreto de determinada ação pode acarretar danos ao adolescente na sua fase posterior a fase adulta. 01 professora acha que algumas vezes é possível se colocar no lugar do aluno, mas nem sempre há tempo para isso. E 01 outra professora que não pode culpar-se pela atitude ou ações que causam impacto na escola, senão provavelmente ficaria doente com tantas mazelas. E que seu papel é proporcionar ao aluno perspectivas de um mundo melhor, de paz. Como professora seu juízo de valor são as atitudes corretas que a Igreja, a Família e a Escola pregam. Tudo que foge á ordem causa impacto, já que vivemos numa sociedade com regras.
CONSIDERAÇÔES FINAIS
As aulas de Psicologia da Educação não foram suficientes para que estes profissionais atendessem a demanda da profissão de docente, afirmam que poderiam ter tido um melhor suporte, pois o que é dado seria o mínimo necessário. A teoria nunca é suficiente, o que vale na verdade é a prática, a vivência dos fatos. Surgindo daí a necessidade do educador estar sempre se atualizando nas questões escolares, hoje se dá uma ênfase à questões que antes eram ignoradas como o bulling e o bornout, autismo e crianças com dificuldades diversas. Os desafios que uma escola oferece nos obrigam a superar a concepção de que o saber escolar é um conjunto de conhecimentos eruditos, aderindo a uma perspectiva mais complexa, de que a formação do cidadão se materializa nas instâncias democrática, social, solidária, igualitaria, intercultural e ambiental. Essa perspectiva amplia a concepção de saber escolar e coloca-o em diálogo com o saber dos alunos (numa perspectiva construtivista) e com a própria realidade objetiva, em que as práticas sociais se desenvolvem.
É preciso formar educadores capacitados para este desafio, observando o que uma educadora disse em pleno desabafo na entrevista: “não creio que os psicológos da instituição consigam resolver os problemas da demanda escolar. Acho que sobrecarregam os professores em suas funções, ele tem que fazer o papel de pai ausente, de psicólogo, de babá e ainda tem que dar aulas, atendendo a demanda da sua profissão tendo que correr para dar resultados. A função da escola é formar cidadão pleno, mas ela não oferece condições, faltam psicólogos nas escolas e os que tem, são apáticos não exercem sua função de forma correta. Desacreditei nesse serviço.” Vê-se claramente que a escola pede socorro, que os profissionais em sua maioria precisam de apoio, de se atualizarem e principalmente acreditarem em si e na instituição, pois assumir o papel de educador não é tão simples e fácil como parece. Essa é uma profissão que com toda a responsabilidade ainda precisa de dedicação para se ter sucesso e realização pessoal.
É Na construção de uma escola socializadora, exige-se do professor de Geografia que lide com um conhecimento em construção e perspective a educação como um compromisso político, carregado de valores éticos e morais, atento ao desenvolvimento da pessoa e dos grupos e que, ainda, seja capaz de conviver com a mudança e a incerteza. O professor de Geografia deve possuir um bom domínio dos conhecimentos científicos específicos, mas a sua formação ultrapassa, de forma clara, a sua apropriação e a das próprias técnicas de ensino. A formação inicial tem de colocar futuros docentes de Geografia em contacto com situações problemáticas, indutoras de uma atitude reflexiva e valorizadora dos contextos social e pessoal, na produção geográfica.A formação dos professores e das professoras devia instituir na constituição deste saber necessário e que me faz certo desta coisa óbvia, que é a importância inegável que tem sobre nós o contorno ecológico, social e econômico em que vivemos. E ao saber teórico desta influência teríamos que juntar o saber prático da realidade concreta em que os professores trabalham. Já sei, não há dúvida, que as condições materiais em que e sob que vivem os educandos lhes condicionam a compreensão do próprio mundo e da capacidade de aprender, de responder aos desafios. (FREIRE, 1996)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECKER, F. A Epistemologia do Professor: o cotidiano da escola. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes,1993.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 13. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
KLOSINSKI, Gunther. A Adolescência hoje: Situações, Conflitos e desafios; tradução de Carlos Almeida Pereira – Petrópolis, RJ. Ed. Vozes, 2006.
KUPFER, Maria Cristina. Freud e a Educação: O Mestre do Impossível; São Paulo, SP. Ed Scipione, 2001.
WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo; Petrópolis, RJ: Vozes, 1992.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática: Desafios teóricos, práticos e técnicos da integração entre a didática e as didáticas específicas, São Paulo: Cortez, (Coleção magistério Série Formação do professor). 2008.