ISSN 1982-9108 -  Zona de Impacto.  Ano 15 - 2013 - Vol. II

 

Página Inicial


A Agricultura Extensiva: Um fator decisivo para a destruição da Amazônia
(Notas sobre o livro "Amazônia: a ilusão de um paraíso" de Betty Meggers)

texto em pdf

Rita Clara Vieira da Silva
Graduação de História - UNIR

Introdução


            Uma das preocupações de Betty J. Meggers, presente em sua obra “AMAZÔNIA: a ilusão de um paraíso” refere-se exatamente a questão abordada por este trabalho, tratando dos rumos que a Amazônia, tomaria a partir da ganância do explorador através de novos métodos de utilização da terra, que lhes causasse menos despesas, lhes poupasse tempo e acima de tudo lhe garantisse alta lucratividade. Para tratar dos problemas da agricultura itinerante a autora faz um esquema explicativo, dando definições e noções de ecossistema Amazônico, tipos de solos, de grupos humanos da primeira colonização (indígenas) e de grupos e intenções humanas da segunda colonização (europeia) e suas práticas de subsistência na Amazônia, que ela divide em dois tipos de solo: Terra Firme e Várzea. O mais importante de tudo é compreender que tudo isso (inclusive o tema deste trabalho: agricultura itinerante) faz parte de um esquema que pretende explicar a adaptação e o desenvolvimento cultural dos povos de terra firme e dos povos de várzea, deixando claro que o tema deste pequeno escrito nada mais é do que um ponto da imensa obra da autora.
            Logo em sua apresentação, Betty Meggers mostra sua preocupação com o rumo de desmatamentos desenfreados que a Amazônia se faz propícia naquele momento. Afirma que o esperado é que com o avanço da ciência, na medida em que esta propicie uma maior compreensão das culturas indígenas, se avalie melhor as consequências ao ambiente de toda a ambição humana em satisfazer suas necessidades, através dos desmatamentos que acorriam ainda na década de 1970, quando foi lançada a primeira edição de sua obra. O que a autora nos diz é que se espera um melhor planejamento da exploração, para que esta não cause danos irreversíveis a exuberante Amazônia.
            Pretende-se aqui, formular explicações precisas a respeito da preocupação de Betty Meggers, com os desmatamentos na Amazônia e discutir em que pontos a autora apontou caminhos (muitos deles negligenciados) e se enganou a respeito do tema proposto. E comparar o que foi especulado por ela em sua obra e o que acontece no presente na Amazônia, quando o tema refere-se à exploração agrícola extensiva. O ecossistema amazônico:

“A tentativa de compreender o lugar do homem na biosfera é dificultada por um grave problema: a nossa incapacidade de nos olharmos sem preconceito. A cultura sempre encobre ou desvia nossas percepções em virtude de nossas próprias ideias, atitudes, crenças, e os processos de pensamento estão integralmente vinculados ao fenômeno que pretendemos estudar”. (MEGGERS, 1987, p. 25)

            Logo em linhas iniciais do texto, a autora afirma que seus estudos partiram do meio ambiente para a cultura, pois pouco ainda se conhecia das culturas que habitaram a Amazônia, antes da chegada do europeu. E para isso MEGGERS começa a descrever o ambiente chamado Amazônia, com todas as suas peculiaridades. Ainda afirma que a identificação de características ambientais mais importantes para a adaptação humana é complicada pela habilidade que o homem tem de proteger-se, culturalmente, das diferentes condições que lhe são biologicamente adversas.
            O curso da bacia amazônica é inapropriado para definir o tamanho da Amazônia, pois no curso dos rios tributários a diferenças enormes em relação a altitude, índice pluvial, temperatura, topografia e muitas outras características que fazem da Amazônia a maior floresta do mundo em extensão.
            A floresta de selva tropical tem uma área total de 6.500.000 Km², com vegetal que domina abaixo de 1.500 m, com variação de temperatura de no máximo de 3º C, com chuvas em 130 dias, com umidade relativa do ar superior a 80%. Com solo poroso, formado principalmente por areia e argila, contendo 98% de sua extensão em terra firma, caracterizada por uma por ser uma terra pobre em nutrientes, mas autossustentável em relação a manutenção da mata original, que é propícia para enfrentar estas situação, a vegetação amazônica não é uniforme, contendo infinitas espécies de arvores, adaptadas as peculiaridades deste solo, contendo folhas largas e impedindo, pela densidade, que os raios solares e as chuvas cheguem ao solo com muita intensidade, provocando maior empobrecimento deste solo.
            Os outros 02% de Amazônia são formados por uma terra chamada Várzea, que está geralmente na encosta dos rios claros (barrentos), estas terras diferentemente da terra firme são ricas em nutrientes, pois são renovadas anualmente através das cheias e vazantes dos rios, que depositam nela o deposito de nutrientes que desceu da Cordilheira do Andes, mantendo esta terra sempre rejuvenescida e boa para a sustentabilidade de um grupo. Mais nos deteremos a falar da terra firme, que serve de cenário para o tema proposto por este trabalho, à realização da agricultura extensiva. A pobreza da terra firme: “uma das relações mais impressionantes da seleção natural é o extraordinário sucesso obtido pela floresta primária contrabalanceando os efeitos prejudiciais do clima tropical” (MEGGERS, 1987, p. 42).
           A Amazônia é formada por 98% de terra firma, como já havia sido citada anteriormente, esta vasta extensão de terra, coberta por uma floresta densa, propicia a imaginação, de quem a observa do alto, de que a Amazônia, em sua área de terra firme tem um solo muito rico em nutrientes, que gera esta floresta cheia, robusta e densa, coberta por um tapete verde alto. Mais não é bem assim não, MEGGERS em seu trabalho afirma e nos explica que estava vasta extensão da floresta Amazônica é a que possui o solo mais pobre, carente de nutrientes e nos apresenta três motivos para isso:

1º A idade da formação do solo

           MEGGERS afirma que a formação do solo que corresponde a Amazônia, pertence a uma idade geológica muito antiga, o que favoreceu o desgaste deste solo, que perdeu suas camadas superiores, responsáveis pelo armazenamento de nutrientes, permanecendo apenas a camada que deferia ser mais interior formada por areia e argila, materiais inapropriados para o armazenamento de nutrientes. Transformando o solo de terra firme em um solo empobrecido.

2º -> As altas temperaturas.

           Que segundo a autora, ao entrarem em contato com o solo de terra firme limpo, os raios solares intensos, causam o empobrecimento do solo através de reações químicas, que desequilibram o ciclo de nitrogênio, que corresponde a um fator importantíssimo para o sucesso da vegetação.

3º -> As chuvas intensas.

           Aliadas aos outros dos fatores, diz MEGGERS, que causam reações físicas, que promovem a enfermidade do solo Amazônico, provocando erosões, lixiviações e levando embora os nutrientes através do correr de suas águas.
           Utilizando-se destes três fatores, MEGGERS, tenta explicar os motivos do empobrecido solo de terra firme, constituinte de 98% de sua área de extensão. E ainda fala a respeito dos modos de utilização desta terra firme, que são de fundamental importância, para a manutenção da existência da Amazônia, a autora fala dos tipos de Agriculturas implantados e utilizados pelas duas colonizações (indígena e europeia).
           É ainda falando da pobreza das áreas de terra firme que MEGGERS, afirma, que devido a pobreza do solo, e devido as necessidades de subsistência de grupos humanos, que segundo ela é um fator determinante para a cultura, possivelmente, até o momento de seus estudos, não existiram culturas complexas na terra firme, pois este tipo de solo não beneficiava a subsistência de grupos humanos. E ai, MEGGERS, fala como uma pesquisadora de seu tempo. A Antropologia, a Arqueologia e a História mais atuais, já nos permitem, através de novas pesquisa e fontes, fazer uma nova análise do termo cultura e ainda mais, afastá-lo do determinismo geográfico imposto por MEGGERS em sua obra. Os tipos de Agriculturas:

Durante os últimos milênios, alvo de dois sucessivos e distintos tipos de utilização humana. O primeiro de desenrolou sob a influência da seleção natural, resultado dos ingredientes trazidos pelos primeiros homens que a povoaram há alguns milênios antes da era Cristã. O segundo, introduzido no princípio do século XVI, foi um sistema de exploração controlado do exterior mas impediu o estabelecimento de um novo equilíbrio. (MEGGERS, 1987, p. 26)


            MEGGERS, ao fazer suas considerações sobre a pobreza da terra firme, nos fala de uma floresta nativa adaptada à realidade de seu solo, e acima de tudo autossuficiente em termos de alimentação. Fala que surpreendentemente a Amazônia possui uma vegetação cheia, robusta e densa, que contraria suas possibilidades quanto a riqueza do solo de terra firme. Fala da riqueza da vegetação, formada por infinitos tipos de arvores, trepadeiras e tantos outros representantes vegetais. Esta vegetação é responsável pela própria manutenção de sua riqueza, pois por ser densa não permite que raios solares fortes e chuvas intensas cheguem ao solo, gerando o empobrecimento do mesmo, a própria folhagem ao cair naturalmente forma um húmus na cama superior, que permite a alimentação da vegetação.
            Ao falar das formas de utilização do solo Amazônico pelo homem, que precisa sobreviver e se adaptar a seu habitat, fala dos dois tipos de agricultura utilizados nas duas colonizações: Agricultura Itinerante (colonização Indígena) e Agricultura Extensiva (colonização europeia – a dias atuais). Explicando que mesmo a menos prejudicial ao solo, que é a itinerante, que abandono os roçados após duas ou três colheitas, jamais serão capazes de substituir a adaptação da floresta nativa e não poderão de maneira nenhuma ser comparadas ou igualadas, em termos de prejuízo para o solo, com a floresta original, nativa, feita sob medida para aquele solo, respeitando e preservando-se em suas peculiaridades.
            A agricultura itinerante, utilizada pelos indígenas, que habitavam a terra firme consiste em uma pequena roça, feita em uma área aproximadamente pequena e devolvida a floresta nativa depois de duas ou três colheitas, devido ao enfraquecimento de sua produtividade. Este tipo de agricultura, segundo MEGGERS é o menos prejudicial ao solo amazônico, porque os indígenas usam técnicos que imitam grosso modo a floresta original, plantando vegetais maiores ao centro do roçado que é em círculo, e de vegetais menores ao redor, não permitindo que as intempéries climáticas, como chuvas e raios solares penetrem inteiramente no solo, devido a desordem de vegetais de tipos, tamanho e resultados diferentes. Este tipo de Agricultura agride menos o solo, pois os indígenas (seus primeiros praticantes) não aravam a terra e a mantinham no mesmo modo, só cavando buracos, onde eram jogadas as sementes e tampando os mesmos com o pé, sem escavacar o solo. Um fator que não permitiu a propagação deste tipo de agricultura foi os povos do além-mar (europeus) considerá-lo demorado e dispendioso, devido a todo o trabalho de limpeza da área a ser cultivada. É importante dizer que, não estava nos planos indígenas, construir riqueza com esta prática e sim gerar a subsistência de seu grupo.
            Muito diferente disso é o modo agrícola de Extensão, utilizado pela segunda colonização (europeia) que visava lucro e enriquecimento rápido, por parte do colonizador explorador, que sem conhecer as peculiaridades amazônicas, simplesmente implantou aqui um modelo de exploração da terra que lhe gerasse mais lucro e lhe poupasse trabalho e tempo, como vamos discutir no próximo tópico.

A agricultura Extensiva e sua herança

“A degradação que se operou no habitat, sobretudo no decorrer dos últimos 50 anos, demonstra, claramente, a relação cultura/meio ambiente em sua forma mais desarmoniosa. A persistência do mito da produtividade ilimitada, apesar do vergonhoso fracasso de todas as iniciativas em grande escala para desenvolver a região, constitui um dos mais notáveis paradoxos do nosso tempo.” (MEGGERS, 1987, p. 28)

           Para utilização deste método de exploração é preciso que haja derrubada total e rápida de toda a vegetação que cobre primariamente a área de futura produção, expondo o solo à força total do clima. A chuva ao cair endurece a superfície do terreno, diminuindo sua permeabilidade, diminuindo seu potencial de absorção, deixando que no intervalo das chuvas, a temperatura elevada destrua a matéria orgânica, empobrecendo o solo, que será utilizado em seguida para o plantio de um vegetal, que possivelmente consumirá muito o pouco que o solo tem a oferecer e utilizará métodos rápidos e lucrativos, mas de alta destruição para a Amazônia.            

O desaparecimento do húmus baixa a capacidade de retenção de água do solo e os minerais solúveis rapidamente arrastados para o subsolo onde permanecem fora do alcance das plantas em germinação. (...) A destruição da vegetação florestal desencadeia, portanto, uma série de acontecimentos que ou destroem o solo ou o reduzem a esterilidade. (MEGGERS, 1987, p. 44)

                                 MEGGERS nos diz que a agricultura de extensão é predominante de regiões temperadas. E por considerações históricas é sabido que este tipo de exploração da terra foi altamente difundido e aprimorado na Europa medieval, sendo de fundamentais importâncias para a manutenção do poder de senhores feudais daquele período. A extensiva vem para o novo mundo como é sabível, pelas mãos do colonizador branco, interessado em melhores formas de obtenção de lucro, promovendo a agilização do trabalho. Mas, sem levar em consideração as consequências do uso deste tipo de agricultura.
           A Amazônia era vista por este colonizador com um paraíso tropical e ao descobrir a pouca produtividade do solo já podre e ainda mais degradado com a limpeza total da área, transformou-se em sua visão, em inferno verde. E não só por este motivo, mas também, por toda a hostilidade que a Amazônia oferece a quem não sabe como lhe dar com ela, com doenças, desconforto, humidade excessiva e outros tantos fatores. Fazendo com que por meio de uma relação desarmônica, ele procurasse jeitos mais fáceis e, por isso mais prejudiciais ao ecossistema, de explorar a Amazônia e seus recursos.
           Essa técnica consiste em limpeza total dos campos, empilhamento de toda vegetação removida para a queima, sendo que tocos e raízes maiores são arrancados juntos com galhos e troncos, de uma vez só. A plantação é feita em fileiras ordenadas, o solo é arado antes da plantação e as sementes são dispersas e recobertas por solo através de maquinário especial para dar conta do tamanho do terreno e como maior característica desse processo percebemos a monocultura, a plantação de um só cereal (de preferencia). Sendo utilizada nos trópicos a extensiva acarreta efeitos desastrosos para a terra, pois um campo total mente limpo expõe a superfície á total intensidade dos raios solares, acelerando a deterioração tanto dos nutrientes com da estrutura física. Esta prática esta sujeita a diversos tipos de pragas, que se alastram mais rapidamente por plantações ordenadas, o que exige do agricultor a utilização de produtos que podem comprometer a qualidade da produção. Como MEGGERS mesmo nos diz: "Resumindo, tais métodos não somente destroem o solo de modo irreparável, como também aumentam o risco de uma colheita fracassada. Não há dúvida que o método da agricultura itinerante é o mais apropriado às condições tropicais". (MEGGERS, 1987, p. 48).
           E o mais importante é perceber durante todas as considerações da autora a respeito do tema, sua preocupação com o que seria da Amazônia dali em diante, pois por uma questão de herança colonial, a Amazônia continuaria a ser explorada desta forma, principalmente por empresas multinacionais, que viam na Amazônia seu seleiro agrícola infindável. A partir da década de 1970 a Amazônia foi repartida e doada a famílias sulistas, pelo governo sem levar em consideração os povos que já viviam na Amazônia e as consequências desta exploração desenfreada, que afirmava apenas querer povoar a Amazônia. O projeto de Colonização recente acelerou o processo de degradação da Amazônia, permitiu o surgimento de uma classe que hoje manda na Amazônia: Os Grandes Latifundiários e foi também um dos fatores responsáveis pela geração de tantos conflitos agrários na Amazônia, por questões de terras.
           Darcy Ribeiro, ao fazer a apresentação da obra, demonstra em linhas finais de seus escritos, uma preocupação a respeito desta agricultura, que utilizada inapropriadamente por empresas multinacionais, estava gerando um processo de substituição da floresta Amazônica, com as grandes plantações de cereais e com o reflorestamento com planta não nativas, por exemplo, atualmente replanta-se eucalipto, por seu custo baixo e potencial para a indústria do papel, sem levar em conta a quantidade de nutrientes que este vegetal retira do solo e nova “cara temperada” que estão dando a Amazônia. Falando sobre esta preocupação Darcy Ribeiro parece viver o século XXI, onde aproximadamente 18% da Amazônia já desapareceu devido a seu uso inconsciente.


Conclusão

            Enfim, talvez MEGGERS tinha razão em se preocupar com os rumos da exploração inconsciente da Amazônia no início da década de 1970. Mas, pouquíssimo foi feito para que esse processo parasse ou simplesmente desacelerasse muito pelo contrário ele só foi estimulado pelo governo, que afirmando desenvolvimento “deu” um bom bocado da Amazônia para grandes latifundiários e empresas multinacionais. Tanto que hoje 57% do Estado do Mato Grosso que também é compreendido pela Amazônia já não tem vegetação primária e perfazendo 18% da Amazônia legal já desaparecida.
            Talvez MEGGERS tenha esperado demais da ganancia do homem, achando que com o avanço da ciência o homem encontraria um jeito menos prejudicial de explorar a Amazônia, mas isso não ocorreu, a ciência neste caso só contribuiu para a aceleração de um processo cada vez mais rápido e mais lucrativo. Filosoficamente sabemos que a ciência trabalha para o dinheiro e para o poder, vendendo se ao modo de quem quer comprá-la.
            Não podemos de maneira nenhuma desprezar o trabalho de MEGGERS, que foi pioneiro em sua época a respeito de Amazônia e povos Amazônicos, mas devemos sim, complementá-lo com outros trabalhos mais atuais, pois ela mesmo diz em sua introdução que quando escreveu a primeira edição de seu trabalho, ainda não haviam pesquisas na área por ela abordada e ela se sentia muito feliz em na Introdução da segunda edição dizer, que seu trabalho instigou outros estudiosos, que fizeram crescer o número de escritos sobre a Amazônia. O livro de MEGGERS é fundamental para a compreensão de todo um processo de início de estudo sobre a Amazônia e importantíssimo para entender o processo atual da herança colonial na Amazônia.
            Por fim, espero com este trabalho contribuir para melhores interpretações da obras de MEGGERS, no que diz respeito a sua preocupação com a exploração da Amazônia no passado e hoje, no que tange suas consideração a respeito da contribuição da Agricultura Extensiva para esse processo de degradação ambiental.


Referencias Bibliográficas


MEGGERS, Betty J. “AMAZÔNIA: a ilusão de um paraíso”. Tradução: Maria Yedda Linhares; Apresentação de Darcy Ribeiro. – Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; 2ª Edição, 1987.