REVISTA ZONA DE IMPACTO. ISSN 1982-9108, VOL. 16, SETEMBRO/DEZEMBRO, ANO 12, 2010.
QUESTÃO DE GENERO NA COLONIZAÇÃO EM RONDÔNIA
SHEILA CASTRO DOS SANTOS1
sheila1705@gmail.com
RESUMO: O presente artigo foi elaborado para divulgar o papel exercido pelas mulheres que participaram da colonização do estado de Rondônia. Um dos focos de nossa investigação foi a discriminação exercida a elas pela sociedade masculina e o esquecimento da História por sua contribuição para o crescimento do Estado.
PALAVRAS – CHAVE: Contribuição, Migração, Mulher.
ABSTRACT:
The present article was elaborated to publish the paper exercised by the women that participated in the colonization of the state of Rondônia. One of the focuses of our investigation was the discrimination exercised them by the masculine society and the forgetfulness of the History for your contribution for the growth of the State.
KEY WORDS: Contribution, Migration, Woman.
INTRODUÇÃO
Os estudos de gênero no Brasil só começam a aflorar a partir dos anos de 1970, eles adquirem mais força na comunidade acadêmica que passa a discutir a questão de gênero com mais afinco. Mas é a partir do século XVIII que vai ser criado o modelo do sexo dual, masculino/feminino, dessa forma é compreendida de modo natural e biológico a forma essencial macho/fêmea que compõem o contexto de representação do mundo na natureza, porém o modelo dual não é perfeito porque coloca o homem como mais próximo da cultura (razão e dominação) e a mulher mais próxima da natureza (maternidade e submissão). Antes do séc.XVIII havia a concepção de um único sexo o masculino, a mulher seria um homem defeituoso, fraco e imperfeito. Devido a necessidade de discussão das teorias antropológicas, sociológicas, psicológicas e históricas. Debates são erigidos e elaborados a partir da interdisciplinaridade e da competitividade entre as próprias abordagens internas e o que há de distintivo na antropologia feminista, é a tentativa de reter as especificidades das circunstâncias históricas e sociais particulares sob a rubrica da pesquisa sobre os sistemas de sexo e gênero ou a respeito de relações sociais de gênero e sobre o que uma teoria do gênero na sociedade deveria incluir. No âmbito regional esta situação de submissão e inferioridade se mostra mais visível, mesmo hoje no início deste século observa-se essa realidade muito presente. Na Amazônia região que teve seu desenvolvimento ligado diretamente a política e incentivo público, não foi realizado nenhum projeto ou política de inclusão a mulher, dentre os projetos de PIC’s e PAD’s e nos relatórios que foram elaborados para o governo federal não é mencionado a existência da mulher como sujeito ativo na colonização.
A discriminação exercida à mulher na história e da sua contribuição que não é evidenciada, como se seu papel exercido no processo de colonização do estado de Rondônia, antigo Território Federal de Rondônia, não teve uma relevância na construção dessa história. No entanto, sua história ganha sua relevância a medida que a História as reconhece como agentes ativas e presentes de forma incondicional.
No período da migração, os homens, em grande maioria, eram os primeiros a chegarem em Rondônia, para criarem algumas condições de moradia, mesmo que estas fossem precárias, para que em seguida sua família pudessem acompanhá-los. Nem todos que vieram para conhecer o ambiente e a terra quando receberam o lote fizeram benfeitorias, alguns só vieram conhecer e voltaram para pegar suas famílias, outros já vieram de uma vez trazendo consigo mulher, criança. Mulheres estas que muitas vezes não estavam acostumadas a trabalhar na lavoura, e se possuíam o habito ou o costume do plantio era em terra já trabalhada anteriormente e não em mata virgem, sem estradas que pudessem ir e vir quando existisse alguma necessidade. Quem adquiria o lote teria que abri-lo para poder começar a trabalhar na terra para o plantio de acordo com o que possuísse.
As mulheres como colonizadoras com seus maridos e em alguns casos, sem eles tomavam a frente da família. Elas vieram para PIC Ouro Preto, com sonho de ajudar seus maridos a conquistarem riquezas, o imaginário embutido do mito do eldorado, da riqueza fácil, haja visto que foi penoso e doloroso para as que não tinham experiência nenhuma de roça, conhecer a região, analisar a terra se era boa para plantio, se havia possibilidade de compra, ou se iam receber doação, pois doação só poucos conseguiram, colocar-se ao lado do marido para entendê-lo, ajudá-lo, amá-lo foi o papel da mulher, esposa, companheira, amiga, filha dos colonizadores de Rondônia
Ao sair para ajudar seu marido a mulher deveria ser submissa, tratar-lhe com respeito, ajudá-lo no que for preciso, em casa a situação não era diferente, ela devia ser amante, doméstica, quando adoeciam eram a enfermeira e bóia fria, pois tinham que cuidar da lavoura, dos filhos, da casa e do marido e ainda se houvesse algum enfermo este também era cuidado por ela, com trabalho sempre dobrado. Para as que vieram forçadas pelas circunstâncias ou pelas famílias a dor foi ainda maior, pois não havia uma identidade, um querer bem mais sim uma rejeição ao lugar, o sofrimento de estar em ambiente que o sentimento de rejeição domina deu lugar a necessidade de vencer, de prosperar pelos filhos ou pelo marido. Elas acabam por anular seus sentimentos pessoais para que a família pudesse prosperar em meio as dificuldades.
A mulher na condição servil deveria ser dócil, amorosa, receptiva, submissa ao esposo “que afinal estava no sol ou na chuva para que ela tivesse sustento”, só que o esquecimento nessa época era crucial, as mulheres também iam para a labuta e não deixavam se amedrontar, com isso o espaço que deveria ser da maioria foi conquistado por poucas que demonstraram o quão importante foi o papel da mulher sendo ela costureira, trabalhando na lavoura ou como lavadeira para conseguir complementar o sustento dos filhos, o dela e do marido. Em muitos casos o marido não aceitava que a mulher exercesse alguma função, pois seria vista como prostituta o preconceito era sentido, através dessas atitudes que alguns homens possuíam e assumido por outras mulheres que por possuírem situação melhor impunham diante das menos favorecidas o preconceito.
Outra situação foi a violência doméstica para com a mulher, essa quando não obedecia ao comando dado pelo esposo eram coagidas em forma de violência física ou moral. O adultério masculino deveria ser aceito perante as normas ditadas pelo homem, a esposa traída e humilhada, deveria aceitar tal situação, como uma mulher que tinha que cuidar da casa, lavoura, filhos costurar para fora ou lavar roupa, aceitar a traição do marido era se sentir, redimida por Deus, pois a boa mulher era a que ficava do lado do esposo não importando o que ele fizesse.
A vitória contra o preconceito é visto ao observamos a mulher como fonte de opinião e informação para sua família, ao se mostrar apta a ajudar o marido ou a assumir o comando da família a mulher vai obtendo vitórias e devido haver muitos amalgamas regionais houve gradativamente uma mudança de pensar na mulher como simples objeto de realização da vontade masculina.
No ambiente hostil da floresta também fica exposto o que começara a ocorrer no restante do mundo, pois é nos anos 70 que começa a ocorrer um rompimento de um padrão, a mulher começa a identificar em seu interior fisiológico, a menstruação deixa de ser vista como algo impuro, não é mais encarada como impureza passa a ser vista a partir da condição biológica da mulher. O sentido do ser feminino agora é observado não por sua submissão, mas sim pela descoberta de seu corpo envolvido com a moda tanto em seu vestuário, como de cosméticos, jóias, bijuterias e biojóias. Contudo a característica feminista da mulher em seu formalismo vive cotidianamente lutando para que haja igualdade no tratamento, nas aplicações dos seus direitos e deveres.
Por mais que as mulheres tenham s tido vitorias as conquista não são totais, pois ainda há muitos paradigmas a serem quebrados e as vicissitudes que estão expostas entre homem e mulher devem ser explanadas e sanadas com referendamento intelectual e social.
A sociedade deve entender o papel da mulher não só como coadjuvante, mas muitas vezes assumindo o papel principal ou tendo participação especial em muitos fatos que formaram a sociedade. A mulher não deve ser vista só como genitora, e sim como transformadora (por transformar o ambiente assim como o homem, consegue administrar, balancear, ser coerente, transformar atitudes), criadora (ela cria seus filhos de maneira tão absorta que nega a si mesma para que eles possam crescer).
O historiador Mark Bloch (2001 e 2002) apresenta de maneira concisa como deve portar-se um profissional em História, em seu livro Apologia da História ou o Oficio do Historiador e A Terra e seus Homens, no primeiro o autor recorre a critica documental para gerar no pesquisador uma problemática no segundo recorre aos detalhes para a pesquisa, tudo deve ser observado e analisado. Com uma leitura mais atual para a realização da nossa pesquisa utilizamos, como fundamentação teórico-metodológica, também a obra ¨A História Repensada¨, de JENKINS( 2004), onde o autor apresenta a possibilidade de retirar do passado elementos para reconstruir a história no presente. O referido autor discute técnicas de múltiplas possibilidades nas pesquisas em história e afirma que:
… o passado é diferente da história, a história é refeita a cada momento pelo pesquisador que usará de seus atributos para a solidificação dos trabalhos. É deste momento que começamos a trabalhar usando a metodologia da nova história para que as fontes possam ser usadas corretamente…
Usamos a perspectiva de BOSI (1994), em sua obra, Memória e Sociedade, Lembranças de Velhos, na qual evidencia suas fontes como cooprodutoras da história e usa o processo da reconstrução da história através da memória, ela tem como teóricos HALBWCHS (1990), em A Memória Coletiva, que realizou um estudo sobre a formação da memória, suas articulações e seus subterfúgios, elementos essenciais para a compreensão das narrativas encontradas e BERGSON (1990) em sua obra Matéria e Memória Ensaios sobre a Relação do Corpo com o Espírito Trabalha sobre a Tomada de Consciência e a Percepção, quando ocorre o momento do conhecimento e em que maneira a percepção fica consciente para adquirir conhecimento de quem somos e observa a criação da memória em um tempo linear. Para compreendermos dominação e a transmissão do poder de decisão que a mulher possuía e delegou ao homem, buscamos a obra de BOURDIEU (1989) O Poder Simbólico na qual o autor apresenta a maneira como os poderes são entregues a outros sem tomarmos a consciência. As articulações também ocorreram com obras que são de teóricos da questão de gênero feminino. Como BEAUVOIR (1980) em sua obra ¨O Segundo Sexo¨ discute a mulher como o outro do gênero masculino. Essas obras nortearam e articularam as complexidades da nossa pesquisa, no que se refere aos elementos históricos e seu contexto, a gênero, ao cotidiano, à lembrança do espaço vital e do tempo que passou, como também da sociedade, para estudar os fatos ocorridos no seio de um espaço físico com mulheres e homens que se constituem como cooperadores, amigos e cônjuges.
Uma das nossas colaboradoras , Ana Maria Ramos (Janeiro/2008) expressa o esquecimento do estado para com o gênero mulher:
Pois, a história é sempre escrita pelo poder ou por quem detém o poder, a mulher na nossa sociedade não detém poder, então nunca vai se escrever a história dela, estou cansada de saber que tudo o que foi feito hoje, foi só pelo homem, isso também acontece na história do negro, mas a história do negro já esta sendo inserida tanto é que ele já aparece um pouco nos livros de história, agora a mulher negra não entra. Se a branca não entra na história a negra nem se pensa e a índia nem se sonha que elas também estão presentes na história.
No que se refere à utilização da História Oral, em sua metodologia e articulações, nos referendamos nas obras de MONTENEGRO (1994 e 1995) História Oral e Memória. A Cultura Popular Re-visitada e Engenheiros do Tempo, Memórias da Escola de Engenharia de Pernambuco, e THOMPSON (1992), A Voz do Passado, apresentam um manual de técnicas e informações para o pesquisador em história, estes autores trazem elementos técnicos para a realização de entrevistas e seu armazenamento, e alertam ainda com o cuidado das transcrições que devem ser efetuadas de maneira mais original possível e os erros ortográficos deverão ser corrigidos durante a verificação gramatical da transcrição.
Os migrantes em Rondônia, na construção do seu imaginário, esperavam encontrar a ¨terra prometida¨ onde seriam supridas as necessidades de terra, saúde e educação, em que a ¨fartura¨ não seria só o sinônimo de acúmulo de riquezas, mas também a concretização de uma vida digna. Nessa trajetória de migração, em meio ao trabalho árduo e em condições precárias e em meio às propagandas sensacionalistas, a mulher desempenhou um papel social importante, que mesmo sem ser valorizada pelo poder contribuiu para a reconstrução da história de Rondônia.
REFERENCIAL TEÓRICO / METODOLOGICO
As considerações feitas por BLOCH (2001), em sua obra Apologia da História ou o Oficio do Historiador acompanhará todo percurso do historiador, pois ao estruturar seu texto ele busca a compreensão do que é história e de como o homem que cria a historia transforma-se em seu objeto de estudo. E, é o historiador quem escolhe o que vai pesquisar e como irá conduzir sua pesquisa, observando o tempo, as escolas históricas, a historiografia onde pode buscar apoio teórico e metodológico:
Nossa arte nossos monumentos literários estão carregados dos ecos do passado, nossos homens de ação trazem incessantemente na boca suas lições, reais ou supostas…A história mal-entendida, caso não se tome cuidado, seria muito bem capaz de arrastar finalmente em seu descrédito a história melhor entendida. Mas se um dia chegássemos a isso, seria ao preço de uma violenta ruptura com nossas mais constantes tradições intelectuais…Mas todo cientista só encontra uma única cuja prática o diverte. Descobri-la para a ela se dedicar é propriamente o que se chama vocação… O passado é, por definição um dado que nada mais modificará. Mas o conhecimento do passado é uma coisa em progresso que incessantemente se transforma e aperfeiçoa.
Para a realização da nossa pesquisa nos referenciamos em alguns autores que correspondem à problemática construída durante o projeto e reconstruída durante a sua execução. Optamos por JENKINS (2004), que afirma que a história se constitui de um discurso dentre uma série de discursos a respeito do mundo. Esse pedaço de mundo se constitui o objeto de investigação da história que é o passado, e afirma que a história e o passado são distintos e que os historiadores devem ser objetivos e imparciais em suas pesquisas:
Ao se colocarem para estudos os historiadores levam consigo todas as suas ferramentas (seus valores, posições, perspectivas ideológicas). “levam seus pressupostos epistemológicos. Estes nem sempre são conscientes, mas os historiadores terão “em mente” maneiras de adquirir “conhecimento” “os historiadores possuem rotinas e procedimentos para lidar com o seu material (documento)
Portanto compreendemos que a história produzida pelos historiadores traz elementos identificáveis do universo social e cultural destes expostos por suas fontes. Logo os fatores epistemológicos, metodológicos e ideológicos voltam a entrar no cenário, inter-relacionando-se com as práticas cotidianas, assim como ocorreu durante todas as etapas da pesquisa. JENKINS (2004) em sua discussão afirma que:
......um dentre uma série de discursos a respeito do mundo” e “embora esses discursos não criem o mundo, eles se apropriam dele e lhe dão todos os significados que têm”…
Esta pesquisa engloba a busca bibliográfica e empírica, uma vez que o trabalho consiste em gravar histórias de vida e/ou depoimentos, e também foram estudados e discutidos temas relacionadas à Mulher, Colonização e Migração, História Oral e Memória e documentos do INCRA, bem como visitas de pesquisa na região de Ouro Preto com as mulheres que se fixaram naquela região no final da década de 70 até os anos 90, tivemos a necessidade de usar a Historia Oral, trabalhamos segundo THOMPSON (1992), para aplicar a metodologia oferece um manual de técnicas para o pesquisador em história oral, que possibilitou a pesquisa em campo, bem como o trabalho técnico de transcrição, das técnicas de como selecionar, manusear e guardar o material para que o tempo não os danifique, Na questão das técnicas, ele dividiu em nove partes, onde enfatiza a importância de cada uma, pois tratando-se de métodos é imprescindível o estudo de cada um deles. A observação do método, a ser utilizado, e as fontes a serem pesquisadas são de fundamental importância ao fazer o projeto de pesquisa em história oral MONTENEGRO (1994), possibilitam a descoberta de um universo de realidades, HOBSBAWN, in MONTENEGRO (1994) aponta a importância do registro oral, a história feita pelo povo. As mudanças na memória tornam o campo da história oral extremamente abrangente. Afirma que a memória não é um mecanismo de gravação, mas de seleção que constantemente sofre alterações.
A fala do(a) colaborador (a) da qual o historiador descobre novos elementos da história e ao se apropriar dessa fala resultam num processo de interiorização e transformação do imaginário construído através da história, que nem sempre é popular, nem sempre se reconhece, e que se redesenha em outro lugar da sociedade da onde é emanado o poder. Os fatos a serem amalgamados devem sofrer delimitação de espaço, se nacional, estadual, municipal e internacional, temos que ter o cuidado devido na questão do imaginário regional e na questão do conceito de gênero.
Segundo, MOREIRA & PITANGUY (1985) a mulher descobre que sua experiência, suas dificuldades, frustrações e alegrias não são isoladas nem fruto de problemas unicamente individuais, mas ao contrário, são partilhadas por outras mulheres. A descoberta dessa experiência comum e a transformação do individual em coletivo forma a base do movimento feminista. Partilhando com outras suas vivencias, a mulher reconhece a sua força e conscientiza-se da dimensão política de sua vida particular. A definição da esfera doméstica como âmbito específico do feminino e como espaço “não político”passa a ser questionado. Desmistifica-se a diferenciação entre o público e o privado, como uma experiência coletiva, concretiza-se a possibilidade de luta e de transformação. Contudo MOREIRA & PITANGUY, não observaram que a consciência de ideologia política nasce nos sindicatos, nas instituições de ensino e não nas associações aonde as mulheres se unem simplesmente para adaptarem-se melhor a sua condição feminina e de mulher, não para discutirem seus direitos políticos e ideologias feministas. Nos, aprofundamos na questão de gênero na teoria de BEAUVOIR (1980) em sua obra O Segundo Sexo, a autora trata a discussão do feminismo e o imaginário feminino de mulher. Assim, a mulher não se reivindica como sujeito, porque não possui os meios concretos para tanto, porque sente o laço necessário que a prende ao homem sem reclamar a reciprocidade dele, e porque, muitas vezes, se compraz no seu papel de outro.
A mulher tornou-se inferior ao homem por concepções de como é vista, e, de como é representada na visão dicotômica masculina como o outro da relação. Dentro das teorias discutidas conhecer a questão de gênero no tempo e espaço decorre de vários processos, que vão ao encontro com a finalidade da mulher de se firmar como sujeito dono de suas vontades.
Para compreendermos a questão da mulher em meio a sociedade e identificarmos a perda de poder ocorrida por ela, buscamos na obra de BOURDIEU (1989) O poder Simbólico no qual o autor relata a delegação do poder como pratica para a perda dos direitos, a questão da dominação realizada a partir da transferência do poder ideológico delegado pela mulher ao homem.
O poder ideológico que Bourdieu apresenta como contribuição especifica gera violência política, dominação social com divisão de classes, divisão do trabalho manual e intelectual e também de gênero inferior e superior com a função de dominação, o poder simbólico pode ser exercido quando é entregue ou repassado para alguém ele é materializado no discurso e na aceitação social e, é nesse momento em que a mulher por ter em algum momento do tempo e no espaço delegado o poder de decisão de indivíduo livre torna-se submissa formando dentro da família uma divisão de classe pai-mãe, filho-filha, e na sociedade homem-mulher.
As mulheres se abstiveram de decisões políticas ao delegarem seus direitos aos homens sem ao menos adotarem consciência disso perderam o domínio que deveria ser exercido por elas no âmbito político, econômico, intelectual. Com o passar do tempo e com o não questionamento da transferência dos direitos esse costume tornou-se tão comum e o desuso da consciência gerou a abstenção e desconhecimento e, quando não se conhece ou não se possui o poder de decisão ela é exercia por outros que a colocam diante das suas necessidades. E, observando a explanação e em outras leituras que a mulher delegou poderes aos homens, fundamentamos este fato com MILL (1869), o qual foi um dos primeiros autores a trabalhar a questão do gênero no livro A Sujeição das Mulheres ele retrata a submissão da mulher, do poder do marido, dos pais, e quando já não havia mais ninguém para comandá-la era excluída, ou considerada inútil e inválida intelectualmente e sem poder de decisão, relegada a um estado pior do que o da escravidão.
Formar um amálgama, uma articulação com o que estava acontecendo no universo das mulheres, implícito na história das migrações, a fala das nossas colaboradoras, propiciou articulações com fatos já escritos, com discurso do poder e com os documentos encontrados a respeito da colonização em Rondônia. Por outro lado é preciso compreender os fatores que possam ter levado a colaboradora a agir de certa forma não esperada, pois geralmente os colaboradores buscam no relato oral uma forma de testemunhar os fatos ocorridos em um determinado momento, por vezes o colaborador necessita de ajuda a tornar a lembrança ativa.
Referendando-se à questão da colonização nos ativemos à tese de doutorado da MOSER (2006: 58) que analisa o contexto sócio-econômico das famílias do PIC-Ouro Preto e aos documentos cedidos pelo INCRA. A autora averigua os mecanismos que foram usados para incentivo a colonização:
… A Amazônia foi inserida desde os anos cinqüenta no contexto das políticas públicas direcionadas para o desenvolvimento. Desde então foi inserida nos planos econômicos cujos mecanismos consistiam no incentivo aos projetos de extração mineral, agrícola, pecuária e projetos energéticos… No caso da Amazônia nas várias etapas de sua história, o Estado articulou estrategicamente e racionalmente o espaço utilizando seus dois componentes constitutivos o físico e político…
Para o estado de Rondônia que teve efetivado sua colonização com projetos idealizados e colocados em prática pelo governo federal e seus órgãos autárquicos, em nenhum de seus relatórios ou de seus planos foram observadas políticas que incluíssem as mulheres que vieram acompanhando o marido e os pais. Elas foram esquecidas nos projetos e também na inclusão histórica é como se toda a colonização só fosse realizada por homens que vieram sozinhos, sem filhos menores ou mulheres. Mesmo tendo consciência que migrar gera: mudanças impostas. a todos no espaço, e os aspectos geográficos mudam de acordo de como as políticas serão implantadas. MOSER, ainda discute a divisão de hierarquia e valores estabelecidos pelo INCRA e suas responsabilidades, conforme o referido relatório afirma que os PIC’s eram destinados aos agricultores de baixa renda e cabia ao INCRA implantar a organização territorial, a infra-estrutura, a administração, realizar os assentamentos e dar o título aos produtores, bem como, promover a assistência técnica, o ensino, a saúde e previdência social, a habitação rural, a empresa cooperativa, o crédito e a comercialização. Para que o colono chegasse ao tão almejado pedaço de terra era preciso enfrentar uma jornada que seria muito custosa as estradas não eram pavimentadas, o caminhão as vezes demorava mais de oito dias de viagem ou até um mês. A maioria dos migrantes não tinha condições de comprar ou trabalhar direto na terra, com isso deixavam suas esposas em seu estado e vinha para avaliar escolher o local de seu trabalho e moradia para em seguida trazer a sua família. Realidade essa que justificava o frete do pau-de-arara aonde vinha lotados com várias famílias, pois sairia num custo muito alto para só uma família pagar o total da despesa, outros arriscaram-se em carros menores com mulher e filhos pequenos.
Houveram três maneiras de chegada ao estado de Rondônia por terra, uma era em ônibus, outra em carro particular e por último em carro ou caminhão alugado (pau de arara) e por via fluvial. Já chegada dentro do lote era bem diferente, pois vinham de seus estados de origem de carro ou ônibus, porém para entrarem no lote não tinha como, pois não havia estrada e nem sempre havia as picadas , andando a pé ou montados no lombo de animal tendo que percorrer caminhos estreitos, atravessar igarapés, andar por picadas mal feitas ou por estradas que ainda não estavam abertas. Carro pequeno passa a entrar no lote em 1979, pois o carreador de toreiro ou de trator começou a ser feito e ajudava os carros menores se ficassem atolados.
A mulher desenvolveu perante a comunidade o papel não só de mãe, educadora, mais de organizadora, deveria a mulher trabalhar ajudando diretamente a comunidade, ensinando a catequese, fazer remédios caseiros, trabalhar como enfermeira mesmo que não tivesse nem um curso que a capacitasse deveria exercer a forma organizacional, era a mulher quem deveria organizar nas vilas a entrega dos remédios e os festejos religiosos. Os homens deveriam estar mais envolvidos no plantio, colheita, caça, venda de algum produto fabricado pela família, tomando as decisões de onde o recurso da família deveria ser aplicado e como deveria ser o comportamento da mulher e dos filhos:
Na maioria das vezes, os homens deixavam a família no seu local de origem e “vinham na frente”, para dar início ao roçado, construir um barraco e num período de 3 a 6 meses, buscavam a família ou mandavam buscá-la através dos seus parentes ou conhecidos, e nesse retorno já vinham mais outras famílias. O procedimento adotado dessas famílias era o seguinte, a mulher com os filhos, geralmente de menores, ficavam na rodoviária e enquanto o marido com um dos filhos maiores, do sexo masculino, saía à procura de trabalho, ou de um lote de terra para comprar ou ainda uma data, dependendo das oportunidades encontradas (MOSER:2006).
Verificamos que o fator social desempenhado pela mulher foi funcional, a adaptação ao local, a obrigação de zelar pelo lar, marido e filhos, cultivar hortas e algumas ajuda na lavoura e no roçado. Realizavam o papel de enfermeiras e assumiam a chefia da família quando o homem adoecia. Segundo MOSER (2006:90), a divisão de hierarquia e valores estabelecidos pelo INCRA e suas responsabilidades, conforme o referido relatório afirma que os PIC’s eram destinados aos agricultores de baixa renda e cabia ao INCRA implantar a organização territorial, a infra-estrutura, a administração, realizar os assentamentos e dar o título aos produtores, bem como, promover a assistência técnica, o ensino, a saúde e previdência social, a habitação rural, a empresa cooperativa, o crédito e a comercialização. Porém, para virem em uma jornada que seria muito custosa as estradas não eram pavimentadas, o caminhão às vezes demorava mais de oito dias de viagem ou até um mês. A maioria dos migrantes não tinha condições de comprar ou trabalhar direto na terra, com isso deixavam suas esposas em seu estado e vinha para avaliar escolher o local de seu trabalho e moradia para em seguida trazer a sua família. Realidade essa que justificava o frete do pau-de-arara aonde vinha lotado com várias famílias, pois sairia num custo muito alto para só uma família pagar com total da despesa.
Enquanto a adaptação para algumas mulheres foi algo um pouco mais simples, devido ao estabelecimento de uma relação de companheirismo muito grande entre as famílias migrantes, as dificuldades por serem parecidas foram construindo a amizade e o companheirismo dos colonos, não importasse de onde viessem do Piauí ou do Paraná, as culturas e o imaginário popular foram sendo adaptados e articulados e com isso o cotidiano foi aos poucos sendo alterado. O trabalho para as mulheres, no cotidiano era visto como uma obrigação, não havia prazer na realização de tarefas. Se elas não realizassem as tarefas impostas naturalmente pela dinâmica da família e da própria sociedade eram consideradas preguiçosas. Eram das mulheres o trabalho de plantar as ervas medicinais que aprenderam a usar com sua mãe, avó, tia, ou até mesmo vizinhas. É neste intuito que até hoje muitas mulheres no interior cultivam em seu quintal ou lote essas ervas.
Para a mulher colonizadora não havia tarefa simples, pois se precisasse água para cozinhar lavar roupa ou louça tinha que andar até o igarapé ou se tivesse tirar água do poço, depois carregar em uma lata para encher todas as vasilhas e varrer o terreiro de suas casas eram tarefas que deveriam ser feitas todos os dias.
Além de todas essas tarefas já discutidas aqui, o cuidado de providenciar a alimentação na mesa para a família, cumprir as exigências sexuais do marido sem ter prazer e nem mesmo sentir-se amada e ainda, cuidar de doentes com todas as exigências, acompanhando-os no hospital eram consideradas tarefas exclusivas da mulher.
Além de todas essas tarefas já discutidas aqui, o cuidado de providenciar a alimentação na mesa para a família, cumprir as exigências sexuais do marido sem ter prazer e nem mesmo sentir-se amada e ainda, cuidar de doentes com todas as exigências, acompanhando-os no hospital eram consideradas tarefas exclusivas da mulher. Após toda a labuta do dia em vez de chegar em casa para descansar deveria fazer o fogo para preparar a refeição da noite.
Para a mulher ficou também a tarefa de parteira, não havendo médicos, enfermeiras as mulheres grávidas recorriam a essas mulheres que devido terem obtido alguma experiência em parto acabavam por cuidarem das mulheres da região em que viviam.
A sociedade impõe comportamentos e cria modelos que são assimilados pelo poder ou segundo os interesses de uma classe e grupos. Esses modelos vão sendo cristalizados e tornam-se verdades absolutas para alguém obedecer e ainda são articulados e defendidos como uma doutrina:
A identidade da mulher foi construída pelo poder do homem, sempre tinha obrigações a cumprir. Sua liberdade se condicionava ao trabalho e ao cuidado com seu lar. Deveria ser o espelho, em sua conduta moral e no sucesso de sua família. A sua força era de uma matriarca, mas não lhe era concedido esse poder e nem mesmo tomar as decisões por mais que suas idéias fossem para o crescimento financeiro da família:
Na História das Mulheres no Brasil, obra organizada por DEL PRIORE (1997), se verificam constantes ações das mulheres para a conquista do espaço público, na literatura, na política, em cargos empresariais, na educação, enfim, a conquista pelos diversos espaços foi uma conquista gradativa.
No meio rural, a mulher na Amazônia e especificamente em Rondônia enfrentou várias situações, no que se refere ao sustento cotidiano de sua família, o machismo e a desvalorização feminina e as lutas pela posse e garantia da terra em que seu marido foi assassinado em que teve manter-se firme com seus filhos.
Na nossa pesquisa, com o grupo de mulheres, que são nossas colaboradoras, verificamos o intenso trabalho em conseguir seu espaço na própria família, para ser valorizada como mulher, trabalhou e continua trabalhando na roça e em casa, ou em trabalhos alternativos como diarista.
Na região da nossa pesquisa as mulheres formaram uma associação para estudar a questão de gênero, aprender artes e pintura, bem como discutir questões familiares e de saúde e fazer doces de frutas tropicais, cuja renda é dividida entre as associadas. Essa iniciativa proporcionou uma valorização pessoal e auto-estima, onde, segundo alguns depoimentos, se sentem mulheres.
Observa-se que no meio rural para a mulher ainda é difícil ter sua liberdade, seu espaço e ser valorizada, sua vida ainda está vinculada ao homem.
Observamos que alguns relatórios do INCRA foram elaborados como propaganda do órgão e outros com dados que de acordo com nossas fontes não cumpriram com os projetos propostos e prometidos às famílias migrantes. Contudo em nenhum dos relatórios ou projetos analisados observamos a questão referente à mulher e para as crianças existiam projetos só para a inserção educacional, mesmo assim se, bem observados logo evidenciamos que não tinham êxito, pois, a maioria das escolas possuía só uma sala e era construída geralmente a beira da estrada, que impossibilitava às crianças que moravam nos lotes distantes a freqüentarem a escola:
Em relação às mulheres, coube o esquecimento e a discriminação, ao longo da colonização em Rondônia. Mesmo estando diretamente inseridas neste processo de colonização, não foram contempladas nas políticas públicas ou mesmo na sociedade. A sua função foi relegada aos trabalhos domésticos e à lavoura, pois era comum, quando não havia mão-de-obra externa de um ajudante ou sem condições de pagar a mão de obra extra, para exercer os trabalhos de plantio e colheita, ou mesmo de preparo para o cultivo, era substituído pela mulher e os filhos.
Na construção da identidade de gênero na região do PIC Ouro Preto pela mulher, diversos fatores contribuíram, dentre eles o espaço geográfico em que a mulher está inserida dá direcionamento para sua individualização, a busca para encontrar-se e colocar-se como indivíduo, ¨mulher¨, dona de si mesma, que tem sentimentos, desejos, força e limites, mas que enfrenta os desafios.
Durante a realização da pesquisa, no período de dois anos, observei os seguintes aspectos, evidenciados em três formas:
A consciência de Mulher é determinada pelos costumes que a própria sociedade molda no transcorrer da vida do sujeito. (Mulher deve ser: filha, esposa e mãe) o sujeito submisso, companheiro e amoroso, adjetivos que são próprio do habitus sociais.
A consciência Feminina imposta pela moda (mídia, televisão, revista, rádio). O sujeito como formado diretamente para ser desejado, cobiçado, elogiado. O sujeito só tem consciência feminina do meio em que está inserido, se assistir filmes, desfiles ou ler revistas e livros que possam levá-lo a desejar novos estereótipos.
A consciência Feminista é inserida no sujeito quando ele busca resgatar o conhecimento de seus direitos e de suas obrigações, este ainda não é criado pelo habitus mas, sim pela necessidade individual criada pela próprio sujeito quando nele há consciência política, e a consciência política se constrói em meio à educação e a busca de respeito. A consciência de gênero implica no sujeito fêmea possuir três consciências que a definem mulher, feminina e feminista. Para a grande maioria das mulheres em Rondônia a identidade de gênero ainda está em desenvolvimento e em construção, pois a consciência de gênero ainda não é evidenciada na sociedade rural e até mesmo na sociedade urbana existe grande desconhecimento do que realmente significa ser Feminina, Feminista e ser Mulher.
REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO
BACHELARD, Gaston. A Intuição do Instante. São Paulo: Verus,2007
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Mestranda do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Geografia - Universidade Federal de Rondônia – UNIR.
Observamos que nossa pesquisa é na área de Ciências Humanas, logo não poderemos afirmar de modo geral que todos são iguais e agiram da mesma maneira.
Termo colaborador é usado por MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de História Oral. São Paulo: Loyola, 2005. é usado por nós por acharmos mais adequado as mulheres e homens que colaboraram nesta pesquisa, para que a história de Rondônia seja reescrita.